Pode-se morrer de clima, e não apenas por causa da poluição. Os ativistas que defendem o ambiente, muitas vezes comprometidos com o combate de interesses que os dominam, arriscam a vida. Em 2015, foram assassinados 185 no mundo, 122 deles na América Latina.
Quem divulgou os dados foi a organização internacional Global Witness, que, em 10 anos, documentou 1.176 assassinatos de militantes ecologistas em todo o mundo.
Aqueles que lutam pelo respeito do nosso planeta – denuncia a Global Witness – muitas vezes não gozam de qualquer tipo de proteção, nem midiática nem de segurança, e também atacam interesses de grupos muito poderosos, lobbies e multinacionais, ou do crime organizado.
Na América Latina, o Brasil é o país mais perigoso para os ativistas. Os atingidos são os militantes envolvidos nas negociações nos grandes projetos de infraestrutura e os índios que lutam pelo respeito das suas terras.
Os autores do relatório apontam que, muitas vezes, as investigações sobre os homicídios são muito superficiais e só chegam a afetar, no melhor dos casos, o autor material do assassinato, e não aqueles que estão por trás, os mandantes.