Exposição expõe impactos das redes sociais no tráfico de animais

A ideia é desestimular o compartilhamento em redes sociais de conteúdos com animais silvestres tratados como bichos de estimação.

A campanha tem o objetivo de conter o compartilhamento de conteúdos que utilizam a imagem de animais silvestres como pets como parte de ações efetivas no combate ao tráfico de animais silvestres - Foto: Marco Antônio Russo Iarussi

Uma exposição contra o uso de imagens de animais silvestres como pets nas redes sociais pode ser visitada gratuitamente em São Paulo (SP). A Alg*ritmo Selvagem (Reset) foi organizada pelo Instituto Ampara Silvestre com o objetivo de conscientizar o público sobre o quanto o compartilhamento desse tipo de conteúdo pode ser negativo para a biodiversidade, principalmente por incentivar o tráfico de fauna. O evento acontece até 3 de abril.

A exposição faz parte de uma campanha com o mesmo nome. A ideia é atingir usuários de redes sociais sobre a importância da mudança de comportamento quanto ao consumo de posts e vídeos que mostram interações humanas com animais silvestres. De acordo com a Ampara Silvestre, aproximadamente 37% das buscas por compra de macacos são geradas diretamente por conteúdos do Instagram. O mesmo fenômeno acontece com as cobras, com 18%.

Como reinicializar o algoritmo

Um dos pontos altos da campanha será o Dia da Reinicialização dos Algoritmos (Reset Day), que acontece quinta-feira (14 de março). A data foi escolhida para coincidir com Dia Nacional dos Animais.

site da campanha explica como cada um pode “reinicializar o algoritimo” no Instagram. São quatro passos:

  • Passo1 – Deixe o Instagram saber quais coisas interessam a você e quais não. Sempre que ele mostrar conteúdo com animais silvestres humanizados para você, vá em “explorar”, clicando nas três reticências, e depois em “não tenho interesse”.
  • Passo 2 – Delete seu histórico de pesquisa. Entre na aba de pesquisa e escolha “excluir tudo”.
  • Passo 3 – Fique atento aos likes, comentários e tempo de permanência. De nada vai adiantar se você continuar curtindo conteúdos que mostrem animais silvestres humanizados.
  • Passo 4 – Simplesmente pare de seguir esses perfis. Dê unfollow. Quanto menos seguidores, menos influência eles vão ter.

Estamos comprometidos em combater o tráfico de animais selvagens de maneira inovadora, sensível e eficaz. Acreditamos que ao resetar os algoritmos do Instagram e despertar o olhar da sociedade para esta problemática, podemos desencorajar indiretamente a promoção dessa prática criminosa”, afirma a fundadora do Instituto, Juliana Camargo.

A exposição Alg*ritmo Selvagem (Reset) está acontecendo no Conjunto Nacional, na avenida Paulista, 2.073, na Consolação, em São Paulo (SP). Após esta data, ela será montada em outras localidades, ainda a serem definidas.

FAUNA NEWS Exposição em SP expõe impactos das mídias digitais no tráfico de animais silvestres
Por trás de um vídeo “fofo” de um animal silvestre sendo humanizado ou interagindo com pessoas, está um cenário de privação de comportamentos naturais, maus-tratos e, muitas vezes, a retirada do animal da natureza – Foto: Marco Antônio Russo Iarussi