“O fenômeno da desertificação é um dos maiores desafios ambientais do nosso tempo“, como destaca a Organização das Nações Unidas (ONU) em seu site oficial. Ele também avança “lenta, mas inexoravelmente pelo planeta”, destaca um artigo sobre o tema da National Geographic Espanha, portanto, é preciso tomar ações para reduzir seu impacto.
Para aumentar a conscientização sobre o problema, promover soluções e inspirar mudanças concretas acerca desta questão ambiental, o 17 de junho foi eleito o Dia Anual de Combate à Desertificação e à Seca, como explica a ONU.
Entenda abaixo o que é a desertificação e como ela afeta pessoas, animais e plantas, comprometendo o meio ambiente.
O que é desertificação e quais são suas consequências?
Embora inclua a invasão da terra por dunas de areia, o termo não se refere ao avanço dos desertos. Especificamente, a ONU define a desertificação como a “degradação contínua dos ecossistemas de terras secas devido às atividades humanas (como a superexploração da terra, a mineração, o sobrepastoreio e a extração indiscriminada de madeira) e às mudanças climáticas“.
A agência internacional acrescenta que fatores como o vento e as inundações podem agravar a situação da desertificação, lavando a camada fértil do solo.
Trata-se, portanto, de um problema global com graves consequências para a biodiversidade, a segurança dos ecossistemas, a erradicação da pobreza, a estabilidade socioeconômica e o desenvolvimento sustentável. A ONU alerta, inclusive, que a degradação das terras áridas pode levar ao deslocamento de milhares de pessoas.
Em que parte do mundo está ocorrendo a desertificação?
“A cada segundo, uma área de terra saudável equivalente a quatro campos de futebol é degradada, totalizando 100 milhões de hectares ao ano (o que equivale a uma área do tamanho do Egito)”, alerta a Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação. E a taxa de degradação está aumentando: dados oficiais mostram que cresce de 30 a 35 vezes a taxa histórica.
Ainda que atinja quase todo o planeta, a desertificação possui disparidades em sua taxa de progresso. A Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD) disponibilizou, em 2023, um Painel de Dados que permite o acesso a uma estimativa parcial do progresso em nível global e regional.
De acordo com o relatório, a América Latina e o Caribe, e a Ásia Central e Oriental são as regiões que apresentaram uma proporção maior de terras degradadas em 2019 do que se observado globalmente. No entanto, tendências que vêm desde 2015 mostram como a África está se degradando consideravelmente mais rápido do que a média restante.
Algumas medidas que poderiam reduzir a desertificação incluem o reflorestamento e a regeneração de espécies de árvores, a melhoria da gestão da água, a manutenção do solo bem como seu enriquecimento e fertilização por meio da renovação da cobertura vegetal, entre outras atitudes, acrescenta a ONU.