Começou em Lisboa, este sábado, a Conferência Mundial de Ministros Responsáveis pela Juventude 2019 e o Fórum da Juventude Lisboa + 21.
No primeiro dia, discursaram a presidente da Assembleia Geral da ONU, María Fernanda Espinosa, a Enviada para a Juventude, Jayathma Wickramanayak, e o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa.
Futuro
Espinosa disse que o mundo precisa dos jovens e que eles “nasceram como cidadãos globais de um mundo cada vez mais interconectado.”
Segundo ela, os jovens “entendem, melhor do que muitos, que os problemas que enfrentamos não podem ser resolvido por um governo sozinho.” Para a representante, estes homens e mulheres “são instintivamente multilaterais.”
A presidente da Assembleia Geral destacou ainda temas como o fortalecimento do multilateralismo e o combate às mudanças climáticas. Segundo ela, “as pessoas jovens são a maior oportunidade que temos”, porque representam “o futuro e o presente.”
Apelo
Na sua intervenção, a enviada para a Juventude, Jayathma Wickramanayake, lembrou a Declaração de Lisboa sobre Políticas e Programas para a Juventude.
Em agosto de 1998, na véspera do século 21, vários compromissos relativos a estes domínios políticos foram definidos nessa declaração. Essa fase resultou na I Conferência Mundial de Ministros Responsáveis pela Juventude, organizada pelo governo português em colaboração com parceiros do sistema da ONU.
Wickramanayake disse que “agora, 21 anos depois, e de forma firme no século 21, muita coisa mudou, houve progresso, mas ainda há muito a ser feito e o ambiente global mudou drasticamente.”
Segundo ela, Lisboa + 21 oferece “uma oportunidade para fazer um balanço e olhar em frente para garantir que avançamos uma visão comum para a realização plena dos direitos humanos dos jovens em todos os lugares, do seu empoderamento e engajamento significativo em todos os assuntos que afetam suas vidas.”
A enviada considerou o momento “histórico”, dizendo que o mundo tem a maior geração de jovens da história, cerca de 1,8 bilhão de jovens entre 10 e 24 anos. Cerca de 90% destas pessoas vivem em países em desenvolvimento.
Wickramanayake disse que, com estes números, “deve ficar claro que o desenvolvimento sustentável não pode ser alcançado a menos que se envolvam os jovens e se criem as condições que permitam alcançar seu pleno potencial.”
Ela afirmou que “a globalização e o progresso tecnológico levaram a avanços notáveis , mas ao mesmo tempo geraram um aumento da desigualdade e o risco de interrupção dos mercados de trabalho e da vida cívica.”
A enviada terminou o discurso dizendo que “em um momento de polarização política que desafia os valores básicos do que significa ser um cidadão global”, os representantes presentes devem ser “corajosos, ambiciosos e dispostos a chegar a um acordo sobre uma estrutura interna que guie a política de juventude para as próximas duas décadas e além.”
Evento
O encontro de dois dias conta com o apoio de várias agências das Nações Unidas e vai abordar os grandes temas relacionados com a juventude.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, participará na sessão de encerramento do evento juntamente com o primeiro-ministro de Portugal, António Costa.
Reconhecendo a importância da Juventude para uma implementação eficaz da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável, Guterres lançou uma nova Estratégia da ONU sobre a Juventude, em setembro passado. A iniciativa “Youth 2030” pretende envolver, mas especialmente capacitar os jovens para alcanças as metas globais.