No distrito de Yumbe, ao norte de Uganda, o enfermeiro Francis Asiku encontrou uma forma inovadora de enfrentar dois desafios urgentes em sua comunidade: o desperdício de alimentos e a desnutrição infantil. A ideia surgiu após ele atender uma criança de quatro anos em estado grave de desnutrição, enquanto via mangas apodrecendo no chão por falta de aproveitamento.
Assim nasceu o The Mango Project (Projeto Manga), que promove a troca de mangas por medicamentos. As frutas, antes desperdiçadas, agora são processadas artesanalmente — cortadas, fervidas com água e açúcar — e transformadas em conserva, podendo ser armazenadas por até um ano. Asiku utiliza essas conservas para complementar a alimentação das crianças atendidas e, em troca, oferece medicamentos básicos às famílias.
Durante a pandemia, o enfermeiro passou a atuar também como educador nutricional e plantou 310 mudas de mangueiras híbridas, resistentes a pragas. Ele adotou ainda o uso de um secador solar para desidratar alimentos como quiabo e berinjela, ampliando a variedade e qualidade nutricional das refeições. Embora a manga não forneça todos os nutrientes necessários — como proteínas, ferro e vitaminas do complexo B —, ela é rica em vitamina C, vitamina A, folato, potássio e fibras. O projeto ajuda a combater quadros frequentes de desnutrição e nanismo infantil na região.
O The Mango Project agora busca apoio institucional para expandir sua atuação. “É gratificante ver meu povo sorrindo no final do dia”, resume Asiku, que transformou uma realidade desafiadora em esperança concreta para sua comunidade.
Fonte: Ciclo vivo.
