Três brasileiros estão entre os cinco finalistas regionais da premiação Jovens Campeões da Terra, promovida pela ONU Meio Ambiente para viabilizar soluções inovadoras para problemas ambientais. Os vencedores vão receber consultorias técnicas e uma verba de 15 mil dólares para tirar suas ideias do papel. Ganhadores serão anunciados em setembro durante evento das Nações Unidas em Nova Iorque.
Em 2019, a iniciativa da agência das Nações Unidas recebeu mais de 900 inscrições de empreendedores de todo o planeta engajados com a preservação da natureza e a sustentabilidade. Os concorrentes foram divididos por sua região de origem. A organização do prêmio escolheu cinco finalistas para cada uma das sete regiões contempladas.
Representando a América Latina e Caribe, estão três brasileiros com propostas de negócio distintas:
- Anna Luisa Santos, que desenvolveu uma tecnologia de purificação e desinfetação da água por meio da energia solar. A Aqualuz é uma ferramenta que permite transformar a água da chuva em água potável. O dispositivo já beneficiou 150 pessoas em regiões do semiárido brasileiro;
- Bernado Andrade, idealizador da Casa do Semiárido, um projeto de habitação que visa construir residências mais adequadas à realidade dessas regiões secas do Brasil. O empreendimento propõe um modelo de habitação que acompanha as oscilações do meio ambiente e utiliza matérias-primas naturais na construção. As instalações também são projetadas para garantir o reuso de água e a produção, em casa, da própria comida;
- Barbara Schorchit, criadora da iniciativa Genecoin, que promove práticas de blockchain para rastrear o uso da biodiversidade brasileira em cadeias de produção. O objetivo do projeto é mapear a utilização de recursos naturais a fim de garantir compensações justas e equitativas dos ganhos obtidos com a sua exploração.
Além destas três propostas brasileiras na etapa regional da América Latina e Caribe, um jovem brasileiro também concorre na Europa. Felipe Villela é fundador da iniciativa holandesa reNature, que implanta agroflorestas para empresas e indústrias em transição para uma agricultura mais sustentável. O objetivo de Felipe é restaurar 1 milhão de hectares de solos degradados até 2030.
Os 35 finalistas regionais estão empenhados em enfrentar uma série de problemas que ameaçam a saúde do planeta e dos seres humanos. De projetos de proteção da vida silvestre no leste de Angola à distribuição de veículos elétricos em Cingapura, passando pela fabricação mais sustentável de têxteis no México, os competidores estão atentos a ameaças como a destruição dos ecossistemas, a perda da biodiversidade e a poluição dos mares e do ar.
“O talento e o calibre das soluções de ponta apresentadas pelos finalistas do Prêmio Jovens Campeões é verdadeiramente uma inspiração”, afirmou a então chefe interina da ONU Meio Ambiente, Joyce Msuya.
“Os jovens estão nos convocando cada vez mais a adotar ações climáticas ousadas para preservar o nosso futuro. As soluções apresentadas por esse grupo de jovens nos dão planos inovadores e ambiciosos que, quando implementados no mundo todo, formam o tipo de conjunto de ações que devemos levar para o terreno.”
“Estamos comprometidos em dar a esses jovens o apoio e a oportunidade para tornar as suas jornadas um sucesso”, completou Joyce.
A premiação da ONU Meio Ambiente é financiada pela Covestro, empresa líder do setor de fabricação de polímeros.
Na avaliação do CEO da companhia, Markus Steilemann, “nosso mundo está enfrentando desafios enormes, então soluções ambientais efetivas e ideias novas são urgentemente necessárias”.
“Esses brilhantes Jovens Campeões merecem o nosso encorajamento e apoio para ajudar a transformar as suas ideias em soluções viáveis. Nós parabenizamos todos eles por ajudarem a fazer do mundo um lugar mais iluminado.”
Os vencedores serão selecionados por um júri global, formado por Steilemann, Joyce, a correspondente de ciência e mudanças climáticas da VICE News Tonight, Arielle Duhaime-Ross, a enviada para a Juventude do secretário-geral da ONU, Jayathma Wickramanayake, e a presidente e CEO da Fundação das Nações Unidas, Kathy Calvin.
Cada ganhador receberá 15 mil dólares em financiamento, mentoria de especialistas, treinamento personalizado em liderança, storytelling e comunicação e acesso a redes e mentores de destaque.
O júri vai escolher os novos Jovens Campeões da Terra em setembro, em Nova Iorque, durante a cerimônia de premiação de outra iniciativa da ONU – a honraria Campeões da Terra.
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