A belíssima paisagem que envolve a Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, está, aos poucos, voltando a contar com a presença de animais marinhos, graças a ações de despoluição. É o observado pelo Instituto Mar Urbano (IMU).
A organização comandou expedições recentes pela região. Nelas, tartarugas e diversas espécies de peixes foram vistas nas águas, que também apresentaram melhora significativa na qualidade.
Ricardo Gomes, diretor do IMU e biólogo, fez mergulhos diurnos e noturnos. À noite, ele notou momentos em que as ações de despoluição ajudaram a deixar as águas da Baía de Guanabara límpidas, algo bem diferente do encontrado nos últimos anos — quando a visão era turva e o cheiro, desagradável.
No começo do ano passado, pesquisadores se animaram com a notícia de que mais de 600 botos-cinza foram vistos nas praias de Ipanema e de Barra da Tijuca — algo que não acontecia há mais de 30 anos.
Despoluição da Baía de Guanabara é sonho antigo
As primeiras iniciativas para recuperar a região começaram em 1991 — e se mostraram tão ineficazes quanto as que se seguiram. Atualmente, quem cuida do processo é a Águas do Rio, principal concessionária de saneamento do Rio de Janeiro.
O projeto envolve uma série de ações, bancadas pelo orçamento total de R$ 2,7 bilhões. Dentre as estratégias, está o fim do lançamento de dejetos nos corpos hídricos que desaguam na Baía de Guanabara por meio de coletores de tempo seco — que operam apenas em dias sem chuva. A meta é que esse objetivo seja alcançado até 2026, mas há outros com datas diferentes.
No final do ano passado, inclusive, a Águas do Rio se espelhou no projeto de limpeza do Rio Pinheiros, em São Paulo, ao incluir tecnologias como uso da estação de tratamento de esgoto para despoluir a Baía de Guanabara e injeção de oxigênio nos rios.