Supremo garante a proteção de manguezais no país todo

Decisão do STF proíbe criação de camarão em manguezais, ecossistemas de rica biodiversidade, berçários de variadas espécies e que estocam grandes quantidades de carbono

Manguezal na maré baixa na Ponta do Tubarão, em Macau (RN). Foto: Alex LN / Creative Commons

Para a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), a criação de camarões em manguezais e outras Áreas de Preservação Permanente (APPs) fere a Constituição. Agora, no país, só atividades anteriores a 2008 e alinhadas à lei protetora da vegetação nativa de 2012 podem ser mantidas. 

A batida de martelo anulou partes da Lei 9.978/2015, do Rio Grande do Norte, que permitia a carcinicultura (criação de camarão) nessas áreas sensíveis. Pela Carta Magna, a União deve criar normas gerais de preservação e aos estados cabe criar regras complementares, não reduzir a proteção da natureza.

Em julho de 2008, foi publicado o Decreto Federal 6.514, que regrou a regeneração de APPs e de Reservas Legais, e instituiu multas para quem dificultar ou impedir essa regeneração, regulamentando a Lei de Crimes Ambientais, 9.605/1998. 

Além de abrigar rica biodiversidade, os manguezais são berçários de variadas espécies e estocam grande quantidade de Carbono. No Brasil, se estendem do Amapá à Laguna (SC). Dali ao Rio Grande do Sul, eles têm características naturais diferentes e são chamados de marismas