Dia 5: sexta-feira, 14 de novembro:
Preparado pela Equipe de Comunicação da COP30
Áreas Temáticas de Foco: Energia, Indústria, Transporte, Comércio, Finanças, Mercados de Carbono, Gases Não-CO₂
Resumo:
Impulsionando a Transição por Meio da Energia, Indústria e Finanças
O Dia 5 da COP30 avançou a transformação sistêmica em energia, indústria e finanças por meio de esforços colaborativos para acelerar a transição rumo a um futuro mais sustentável. Ao combinar inovação com investimento e colaboração com compromisso, o dia acelerou o avanço da ambição para a implementação. Governos, indústria, setor financeiro e sociedade civil apresentaram iniciativas para ampliar combustíveis sustentáveis, modernizar sistemas de energia e aprofundar a descarbonização industrial.
O dia começou com o Plano de Ação de Combustíveis do Futuro do Clean Energy Ministerial, dentro do Compromisso Belém 4X, expandindo-se para uma coalizão de 23 países para quadruplicar o uso de combustíveis sustentáveis até 2035. A indústria apresentou compromissos sobre transporte marítimo baseado em metanol e um esforço regional para destravar a produção de combustível de aviação sustentável em toda a América Latina.
A industrialização verde avançou quando ministros adotaram a Declaração de Belém sobre Industrialização Verde Global, criando um arcabouço para acelerar a manufatura de baixo carbono, transferência de tecnologia e cadeias de suprimento sustentáveis. Acordos de interoperabilidade entre iniciativas de padrões de aço — agora cobrindo 70% da produção global — estabeleceram as bases para um mercado global de aço quase zero.
As concessionárias comprometeram quase USD 150 bilhões anualmente para a expansão da rede e do armazenamento; os BMDs lançaram plataformas regionais de investimento; e o novo Conselho de Coordenação de Redes Globais e Armazenamento, apoiado pelos Princípios de Financiamento Climático para Redes O ímpeto em direção à transição dos combustíveis fósseis continuou à medida que várias coalizões delineavam roteiros e mudanças de financiamento para reduções equitativas. As medidas de transporte e eficiência avançaram com uma declaração ministerial alinhando o transporte com caminhos de 1,5 ° C e o lançamento de uma plataforma de redução de risco de eficiência energética.
O Dia 5 converteu prioridades em parcerias, investimentos e mecanismos de implementação — demonstrando o papel da COP30 em impulsionar uma transição global justa e resiliente.
Ações e Resultados Notáveis:
- Agenda de Ação:
– Escalonando Combustíveis Sustentáveis
▪ Combustíveis do Futuro para o Compromisso 4X: O Plano de Ação de combustíveis Future Fuels Action Plan foi lançado como plataforma de implementação do Compromisso Belém para Combustíveis Sustentáveis (“Belem 4x”), estabelecendo 20 ações intersetoriais para quadruplicar o uso de combustíveis sustentáveis até 2035 — a serem monitoradas anualmente pela Agência Internacional de Energia (IEA). O plano concentra-se na criação de demanda, contabilidade transparente de carbono e desenvolvimento de infraestrutura, como corredores de comércio, para ampliar a produção globalmente em setores de difícil descarbonização, como aviação, transporte marítimo, aço e cimento.
▪ O plano foi endossado por 23 países: Andorra, Armênia, Bielorrússia, Brasil, Cabo Verde, Canadá, Chile, Guatemala, Guiné, Índia, Itália, Japão, Quênia, Maldivas, México, Moçambique, Mianmar, Países Baixos, Panamá, RPDC, Sudão, Emirados Árabes Unidos e Zâmbia.
▪ A gigante dos transportes marítimosMaersk anunciou planos para operar 41 navios movidos a metanol até 2027, incluindo a primeira grande conversão para combustível duplo, com contratos de compra de 500.000 toneladas de metanol verde por ano a partir de 2026.
▪ Declaração conjunta sobre o desenvolvimento e a promoção de combustíveis sustentáveis para aviação (SAF) na América Latina: Seis grandes grupos que representam agricultores, produtores de biocombustíveis, companhias aéreas e setores de energia da América Latina e do Caribe assinaram a declaração para impulsionar o uso de SAF. Ao reunir os atores do lado da oferta com as partes interessadas da aviação do lado da demanda, a região está liberando seu enorme potencial de produção de SAF para a descarbonização da aviação. A declaração estabelece cinco ações prioritárias: estabelecer regras unificadas para combustíveis em toda a região, criar leis nacionais que as apoiem, estabelecer cadeias de abastecimento “da fazenda ao voo”, garantir financiamento significativo e construir um roteiro regional para colaboração técnica. Signatários: IICA, CPBIO, IATA, ALTA, OLADE, LACAC.
▪ O GEF confirma uma alocação de USD 15,8 milhões para a UNIDO, com compromissos de cofinanciamento de USD 213,5 milhões de parceiros públicos e privados da Argélia, Equador, Egito, Malásia, Namíbia, Nigéria, Paquistão, Filipinas e África do Sul, para acelerar a produção e a adoção de hidrogênio.
▪ Com o apoio de 15 grandes instituições financeiras de desenvolvimento, incluindo o Grupo Banco Mundial, a Iniciativa Lighthouse de 10 GW permitiu até o momento 1 GW de capacidade inicial de eletrolisadores e mapeou 68 projetos de hidrogênio de um total de 500 em mercados emergentes para estudos de desenvolvimento de projetos para estruturação financeira e acordos contratuais.
“A transição energética não é um desafio setorial — é um desafio sistêmico. Governos, capital privado e indústria precisam unir forças. Só por meio de ação coordenada desbloquearemos o investimento e a inovação necessários para tornar os combustíveis sustentáveis o novo padrão global.”
— Dan Ioschpe, Campeão de Alto Nível da COP30
– Fortalecendo Redes e Armazenamento:
▪ Marco de Investimento em Redes para Triplicar a Capacidade de Geração Renovável: A Utilities for Net Zero Alliance (UNEZA) anunciou um forte aumento em seus planos anuais de investimento na transição energética, comprometendo quase USD 150 bilhões por ano, acima dos USD 117 bilhões anteriores, com grande ênfase em redes elétricas e armazenamento. Esses compromissos posicionam as principais serviços públicos para investir cerca de USD 1 trilhão para mais que triplicar sua capacidade renovável coletiva até 2030 em relação a 2023, enquanto entregam extensas novas extensões de rede, atualizações e ativos de armazenamento.
▪ Conselho Global de Coordenação de Redes e Armazenamento e Princípios de Financiamento Climático: Este Conselho foi lançado no âmbito da Agenda de Ação para avançar o “Plano para Acelerar a Expansão e Resiliência das Redes Elétricas” da COP30, liderado pela Green Grids Initiative (GGI). O Conselho coordenará as partes relevantes para expandir redes rumo a um futuro baseado em renováveis.
▪ Instituições financeiras globalmente endossaram os novos Princípios de Financiamento Climático para Redes para padronizar e ampliar investimentos em economias emergentes: os princípios estabelecem um arcabouço comum para tornar investimentos em redes elegíveis a financiamento climático. Instituições apoiadoras incluem: Banco Africano de Desenvolvimento, British International Investment, Banco de Desenvolvimento da África Oriental, Banco Interamericano de Desenvolvimento, Climate Bonds Initiative, Institutional Investors Group for Climate Change, Asia Investor Group on Climate Change, Global Renewables Alliance, Grid Works, Utilities for Net Zero Alliance e o Governo do Reino Unido:
– O Banco Asiático de Desenvolvimento e o Banco Mundia anunciaram USD 12,5 bilhões em financiamento conjunto para fortalecer a Rede de Energia da ASEAN.
– O Banco Interamericano de Desenvolvimento lançou a Plataforma de Aceleração da Transmissão de Energia para a América Latina e Caribe, com a Alemanha comprometendo EUR 15 milhões para apoiar expansão e modernização de redes.
– Impulsionando a Industrialização Verde Global
▪ A Declaração de Belém sobre Industrialização Verde Global foi lançada hoje, oferecendo um arcabouço para que países,especialmente Economias Emergentes e em Desenvolvimento, coloquem a industrialização verde no centro de suas estratégias econômicas. O evento marcou a adoção formal da Declaração, com mais de 30 endossos — incluindo Brasil, Alemanha, África do Sul, Reino Unido, Austrália, Indonésia, Turquia. Governos comprometeram-se a avançar transferência de tecnologia, cadeias de suprimento sustentáveis e cooperação sul–sul para acelerar a manufatura descarbonizada. Consultas para endossos começaram hoje e permanecerão abertas pelos próximos 30 dias.
▪ Mission Possible Partnership anuncia USD 140 bilhões para projetos industriais limpos em decisões finais de investimento. O mesmo relatório afirma que mais de um terço dos novos projetos identificados estão em Economias Emergentes e em Desenvolvimento, representando uma oportunidade de investimento de USD 2 trilhões.
▪ A indústria global do aço cria padrões comuns cobrindo 70% da produção mundial: Dois anos após o lançamento dos Princípios de Padrões de Aço da COP28, a ResponsibleSteel assinou acordos bilaterais com iniciativas de padrões de aço chinesas (CISA) e europeias (LESS) para permitir interoperabilidade entre padrões regionais. Juntas, representam 70% da produção global de aço, e desenvolverão ferramentas para converter dados de intensidade de carbono em uma escala global comum com verificação independente — criando as bases para um mercado global de aço de baixas emissões e quase zero.
“Este é um marco na ambição climática global. Ele deve gerar oportunidades, empregos e prosperidade para todos. A industrialização verde fornece um arcabouço unificado para alinhar e amplificar todas as iniciativas relacionadas, promovendo coerência entre setores e regiões. Este é um esforço verdadeiramente global, construído com mercados transparentes, produtos sustentáveis e uma transição justa.”
— Sr. Ciyong Zou, Vice-Diretor-Geral e Diretor Administrativo da Diretoria de Cooperação Técnica e Desenvolvimento Industrial Sustentável, UNIDO
– Transição para Longe dos Combustíveis Fósseis
▪ A Powering Past Coal Alliance (PPCA) apresentou um Plano concreto para Acelerar Soluções para países que estão desenvolvendo estratégias de transição do carvão — apoiando implementação, capacitação e financiamento para trajetórias de eliminação progressiva do carvão.
▪ A Beyond Oil & Gas Alliance (BOGA) apresentou um mecanismo prático para apoiar o declínio administrado da produção de petróleo e gás, fundamentado no diálogo entre produtores e consumidores e no apoio a uma transição justa. O plano da BOGA incluirá trajetórias ilustrativas para a transição, desenvolvidas por meio de diálogo com grandes países produtores de petróleo e gás.
▪ Os sinais financeiros também estão mudando: desde 2021, os membros da Clean Energy Transition Partnership (CETP) reduziram o financiamento público internacional para combustíveis fósseis em até 75%, evitando que quase US$ 31 bilhões reforçassem sistemas intensivos em carbono. No mesmo período, o financiamento para apoiar energia limpa no exterior cresceu 77% entre os membros. Isso está alinhado com uma tendência global mais ampla de investimento: este ano, aproximadamente USD 2,2 trilhões devem ser direcionados para energia limpa — o dobro do nível de investimento em combustíveis fósseis.
▪ A Coalition on Phasing Out Fossil Fuel Incentives Including Subsidies (COFFIS) está avançando abordagens coordenadas para promover transparência e desenvolver diretrizes para a reforma de subsídios. Novos dados compartilhados pelo FMI, cobrindo 170 países, estimam US$ 7,63 trilhões em apoio público aos combustíveis fósseis — com apenas 9 centavos de cada dólar gasto sendo direcionados para beneficiar os 20% mais pobres das famílias, ressaltando a urgência e a desigualdade da manutenção dos subsídios.
▪ Por fim, a aliança não governamental EFFECT apresentou um marco prático de cooperação para apoiar exportadores e importadores de combustíveis fósseis em sua transição, incluindo parcerias-piloto concretas projetadas para testar e ampliar soluções em condições reais.
▪ Juntas, as iniciativas mostram uma tendência clara: a implementação já não é mais um conceito, mas um processo em movimento. Por meio da Agenda de Ação, países e parceiros começam a montar os primeiros blocos de construção de um roteiro global para superar a dependência dos combustíveis fósseis — não de forma isolada, mas com sistemas compartilhados, aprendizado compartilhado e responsabilidade compartilhada, refletindo o espírito de “mutirão”.
“O impulso está do nosso lado. Se conseguirmos liberar o caminho à frente com este roteiro, então poderemos continuar a acelerar o ritmo.”
— Katie White, Diretora de Estratégia do Foreign, Commonwealth & Development Office (FCDO).
– Reduzindo Emissões por Meio da Eficiência
▪ A Mission Efficiency, sediada pela SEforALL, lançou a Plataforma de Mitigação de Riscos para Eficiência Energética, um novo mecanismo para conectar investidores a carteiras de projetos. A plataforma conta com ampla rede de parceiros, incluindo DFIs, organizações internacionais e setor privado. A facilidade de mitigação de riscos será um mercado único para países acessarem apoio em preparação de projetos, assistência técnica e instrumentos de redução de risco — nos setores de indústria, transporte, edificações, eletrodomésticos e iluminação.
– Ministros revelam uma Declaração histórica para um Esforço Global no Transporte: ministros do Chile e de outros nove países apresentaram um esforço coletivo para alinhar o setor de transporte — o segundo maior emissor global — à meta de 1,5°C. A declaração visa alcançar, até 2035, uma redução de 25% na demanda total de energia do setor de transporte e transferir um terço da energia do transporte para biocombustíveis sustentáveis e fontes renováveis, com trajetórias diferenciadas conforme circunstâncias nacionais. Países endossantes: Chile, Brasil, Honduras, Colômbia, República Dominicana, Espanha, Portugal, Noruega, Eslovênia, Costa Rica.
– Promovendo o acesso à energia, o Fundo para Cozinha Limpa alocou mais de USD 86 milhões em subsídios a 28 países. Com a ajuda do ESMAP, o Banco Mundial alavancou USD 102 milhões da AID/BIRD, US$ 10,81 milhões do financiamento de carbono e USD 279 milhões do financiamento privado, ajudando mais de 37 milhões de pessoas e 2.772 instituições públicas a ter acesso a soluções de cozinha limpa. Além disso, amanhã será lançada a Plataforma para Cozinha Limpa nas Escolas, para acelerar a cozinha limpa nas escolas em todo o mundo, com base em ações em andamento em 10 países, visando expandir para outros 10 países até 2026, alcançando escala global até 2030. - Mobilização Global:
– Jovens líderes pedem equidade racial nas políticas climáticas da COP30:
▪ No Círculo dos Povos, a Campeã Jovem do Clima da COP30, Marcele Oliveira, reuniu jovens líderes de comunidades quilombolas, indígenas, costeiras e periféricas para o evento “Juventude na Luta Contra o Racismo Ambiental”. Com a participação das Ministras da Igualdade Racial e da Juventude, os participantes discutiram como o racismo ambiental molda a exposição a riscos climáticos e o acesso à infraestrutura, destacando que transições climáticas justas nos setores de energia, indústria e transporte devem incorporar justiça e as realidades vividas em territórios vulneráveis. O diálogo ressaltou o papel essencial da juventude na promoção de soluções climáticas inclusivas e enraizadas nas comunidades.
“É importante ter pessoas que conhecem e sentiram o que estamos falando quando o tema é meio ambiente e clima — em posições de poder, em espaços de decisão — para nos ajudar a construir soluções e elaborar políticas públicas, que realmente pode salvar vidas.”
— Marcele Oliveira, Campeã Jovem do Clima, Presidência da COP30
– COP30 destaca ação global contra o calor extremo:
▪ Na Zona Verde, a Presidência da COP30 e o PNUMA avançaram discussões no âmbito da Força-Tarefa Global Contra o Calor Extremo, expandindo o Impulso de Implementação Beat the Heat anunciado no início da semana. A sessão de hoje destacou como o aumento das temperaturas está remodelando a vida cotidiana e criando riscos para trabalhadores de setores como construção, transporte, agricultura e indústria. Especialistas de direitos trabalhistas, saúde pública, organizações juvenis e iniciativas de adaptação climática discutiram como resfriamento sustentável, proteções no ambiente de trabalho e medidas de resiliência urbana podem proteger comunidades enquanto reduzem emissões do setor de refrigeração.
O que Esperar no Dia 6:
Temas: Energia, Indústria, Transporte, Comércio, Finanças, Mercados de Carbono, Gases Não-CO₂
- 9h00 – 10h15 Fórum Integrado sobre Mudança do Clima e Comércio: Promovendo um Sistema Econômico Internacional Aberto e de Apoio
- 9h30 – 10h30 Avançando a interoperabilidade de taxonomias para catalisar a mobilização de capital
- 10h30 – 12h00 Evento Ministerial de Alto Nível: Taxas de Solidariedade
- 12h30 – 14h00 Evento Ministerial de Alto Nível: Entregando Soluções Climáticas por Meio de Plataformas Nacionais
- 14h30 – 16h00 Coalizão Aberta sobre Mercado de Carbono de Conformidade
- 16h30 – 18h00 Evento Conjunto de Alto Nível das Presidências CMA 6 e CMA 7 sobre o Mapa do Caminho de Baku a Belém para 1.3T
- 17h00 – 18h00 Plataforma para Cozinha Limpa em Escolas: Conectando Sistemas Alimentares e Energéticos comoSolução Climática Escalável
- 17h00 – 18h00 Super poluentes — o freio de emergência climático global
- 17h30 – 18h00 Presidência da COP30 na Zona Verde liderada por Ana Toni










