Assim como os seres humanos, os animais têm emoções e conseguem sentir dor, medo, felicidade, satisfação, entre outros sentimentos tanto negativos quanto positivos, ainda que a forma de demonstrar seja um pouco diferente. Esse fato já foi comprovado por estudos científicos, como por exemplo a Declaração de Cambridge, por diferentes especialistas e testemunhas, e as pesquisas nesse campo têm evoluído cada vez mais, tal como artigos de Jonathan Birch, da London School of Economics que afirma a capacidade de polvos sentirem dor e prazer. Por conta disso, grande parte dos animais não humanos são considerados sencientes e conscientes. Continue lendo para entender melhor.
O que é senciência?
A senciência é a capacidade de sentir, experienciar sensações e sentimentos complexos. Para que um ser seja considerado senciente, é importante avaliar alguns requisitos: questões comportamentais, evolutivas e fisiológicas.
As considerações fisiológicas, consideradas o principal ponto a ser investigado, levam como critério a existência de um sistema nervoso central. Isso porque essa é a estrutura responsável por receber e fazer o processamento de informações, incluindo os sentimentos e sensações.
O sistema nervoso centralizado está presente em animais mamíferos, aves, peixes e até mesmo moluscos, diferente das plantas que, mesmo sendo consideradas seres vivos, não possuem tal estrutura neurológica.
Há países, como Reino Unido, Austrália, Colômbia e Canadá, que já reconhecem o tema e trabalham alinhado à pauta do bem-estar animal. Ainda que o Brasil, não reconheça a senciência de forma explícita, alguns aspectos e necessidades são levados em consideração na legislação brasileira.
Além dos animais serem sencientes, eles também são conscientes, ou seja, eles também compreendem o que os cercam. Então, se porcos, por exemplo, estiverem confinados em um ambiente hostil, eles terão consciência completa dessa má condição de vida.
Declaração de Cambridge sobre a consciência animal
Em 2012, durante a conferência Francis Crick Memorial na Universidade Inglesa de Cambridge, cientistas de várias áreas que se relacionam com o estudo de consciência assinaram a declaração revolucionária que transformou a forma de enxergar os animais. O documento afirma que os seres humanos não são os únicos animais que possuem a capacidade de processar informações e experienciar sentimentos de forma consciente.
Os mamíferos não humanos, aves e invertebrados foram os animais apresentados que possuem anatomia e fisiologia necessárias para gerar estado de consciência. E, por isso, esses seres devem ser respeitados a partir de suas necessidades e preferências, levando em consideração seu bem-estar quando alguma ação humana for tomada.
A declaração de Cambridge já ultrapassou o marco de uma década e novos conhecimentos pela comunidade científica já surgiram. As pesquisas mais recentes reforçam a comprovação inicial e ainda sugerem que há outras espécies que também apresentam habilidade de vivenciar os ambientes e interagir conscientemente, como por exemplo os artrópodes (crustáceos, insetos e aracnídeos).
Agora que você já sabe que animais podem sentir, que tal ajudar a transformar o mundo em um lugar melhor para eles? Considere uma alimentação vegetal, mais justa e compassiva para todos os seres.