Em 2023, a Ong internacional Earthworks com uma equipe de especialistas, jornalistas e defensores percorreu os vastos territórios do Brasil — abrangendo seus estados do Nordeste, o movimentado Rio de Janeiro e a pitoresca região Sul — documentando evidências dos danos da poluição gerada pelas instalações de combustíveis fósseis do país. A Earthworks conduziu investigações de campo em 42 locais de petróleo e gás, carvão e fabricação em 22 municípios, distribuídos por 7 estados. A investigação captura visualmente os impactos prejudiciais de empresas como a Petrobras e a 3R Energy, mas também relata a resistência das comunidades indígenas, negras e outras comunidades na linha de frente.
Os Defensores de Campo da Earthworks conduzem investigações utilizando câmeras de imagem óptica de gás, tecnologias de ponta e verificadas independentemente, capazes de detectar compostos orgânicos voláteis (COVs) prejudiciais à saúde, incluindo tóxicos conhecidos por causar câncer, e gases de efeito estufa, incluindo o gás metano, que é 80 vezes mais potente no aquecimento atmosférico do que o CO2, que ocorrem durante operações rotineiras de petróleo e gás, ou devido a equipamentos defeituosos, acidentes e liberações intencionais pelos operadores. Cada Defensor de Campo da Earthworks também é certificado para analisar os dados capturados pelas câmeras OGI.
Aprofunde-se em nossa jornada, onde as imagens de emissões, impactos da mineração e manobras corporativas ganham vida, instigando-nos a reconsiderar o verdadeiro custo do nosso consumo de energia.
As descobertas desta investigação desafiam narrativas predominantes e lançam luz sobre o impacto prejudicial da indústria nas comunidades locais, no meio ambiente, e exigem uma reavaliação da estratégia energética de longo prazo do Brasil. As conclusões indicam que as emissões de metano e de compostos orgânicos voláteis (COVs) prejudiciais à saúde não são bem regulamentadas e estão poluindo toda a cadeia de fornecimento de petróleo e gás no Brasil. Em termos humanos, isso significa que políticas governamentais que apoiam a expansão do petróleo e gás estão aumentando a probabilidade de impactos na saúde, como irritação nos olhos, nariz e garganta, dores de cabeça e efeitos no sistema nervoso, danos em órgãos (incluindo rins, cérebro, fígado e pulmões) e vários tipos de câncer — frequentemente em comunidades historicamente marginalizadas. Os danos climáticos dessa poluição incluem maior exposição a ondas de calor, inundações, secas e outros eventos extremos, aumento da incidência de doenças infecciosas, degradação da qualidade do ar, alimentos e água, aumento de conflitos e escassez de recursos, e aumento do estresse na saúde mental e bem-estar — inclusive para pessoas que não estão imediatamente na linha de frente da infraestrutura de combustíveis fósseis.
Relatório do Brasil:
Descobertas no Brasil Área/Região pesquisada
Nordeste (Ceará, Rio Grande do Norte, Sergipe) Estado do Rio de Janeiro Região Sul (Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul) Principais
Parceiros em Colaboração
O Instituto Internacional Arayara é uma parceria sem fins lucrativos entre cientistas, engenheiros, urbanistas e ambientalistas com conexões com a justiça climática e organizações ambientais em todo o Brasil e América Latina, além de laços estreitos com comunidades indígenas, negras (grupos de pesca e quilombolas) e residentes de comunidades impactadas. Principais Campanhas da Arayara
Evidências coletadas
Imagens Ópticas de Gases das emissões de poluição foram feitas em baterias de tanques, poços, refinarias e usinas termelétricas movidas a carvão. Outra documentação fotográfica foi feita sobre a matéria particulada da mineração visível e os impactos dos rejeitos.
As investigações incluíram instalações da Petrobras, 3R Energy e outras que compraram em leilões baratos da Petrobras sob o governo Bolsonaro; instalação de gás offshore KDP Turquia na Baía de Sepetiba; CSN – uma das maiores empresas siderúrgicas do país; Ternium Brasil – uma empresa de ferro fundido, várias usinas termelétricas movidas a carvão e planta siderúrgica no nordeste, com seu porto; e um dos maiores complexos petroquímicos do sul do Brasil.
