O professor Alexander Turra, do Instituto Oceanográfico (IO) da USP, foi um dos vencedores da segunda edição do Frontiers Planet Prize. O prêmio reconhece cientistas cuja pesquisa promove a sustentabilidade e que trazem soluções que impeçam o ultrapassar das nove fronteiras planetárias: mudanças climáticas; integridade da biosfera; alterações no uso da terra; disponibilidade de água potável; fluxos biogeoquímicos; acidificação dos oceanos; mudanças na composição atmosférica; depredação da camada de ozônio; e outras entidades, que incluem a liberação de radiação ou substâncias e organismos sintéticos na natureza.
A premiação foi anunciada no final de junho e considerou a publicação na revista Science Direct do artigo Avanços na identificação de hotspots de poluição por plástico em nível subnacional: o Brasil como um estudo de caso no Sul Global. A pesquisa quantifica e analisa a geração de lixo plástico em diferentes regiões do Brasil e identifica dois pontos principais de transmissão desse lixo para os oceanos: a Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, e as áreas brasileiras da Bacia do Rio da Prata.
“Sempre fui inundado pelo oceano desde muito jovem. Com base na minha experiência em ecologia marinha e gestão costeira, tive um aprendizado transdisciplinar que me permitiu dialogar com os mais diversos atores sociais relacionados ao oceano. A integração entre oceano e sociedade e entre ciência e tomada de decisão tornou-se minha prática diária e representa um dos principais objetivos da Cátedra Unesco para Sustentabilidade dos Oceanos, que coordeno na Universidade de São Paulo. O lixo marinho é um dos desafios que a cátedra aborda a partir de uma equipe interdisciplinar, como foi com o estudo premiado”, disse Turra, que é professor do Departamento de Oceanografia Biológica do IO e coordena a Cátedra Unesco para Sustentabilidade dos Oceanos.
A Academia Brasileira de Ciências (ABC) foi convidada a atuar na seleção das candidaturas do Brasil, considerando apenas candidatos baseados em instituições nacionais. Para a submissão, a ABC acionou instituições de ensino superior públicas, privadas e confessionais de todo o País, assim como unidades de pesquisa ligadas ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
O Prêmio envolveu 20 academias de ciências, entre elas a Academia Brasileira de Ciências (ABC), e 475 universidades e instituições de investigação líderes de 43 países. Os 23 vencedores nacionais foram escolhidos por um júri independente de 100 cientistas, do qual participaram os membros da ABC Carlos Nobre e Mercedes Bustamante. Eles representam um grupo diverso de pesquisadores em diferentes estágios da carreira e terão a oportunidade de compartilhar seus trabalhos premiados através de conferências nacionais e internacionais para facilitar a mudança sistêmica necessária para salvaguardar a saúde do nosso planeta.
*Texto da Assessoria de Comunicação do IO, com informações da ABC