Operação de emergência retira 800 kg de cordas e boias presas em cauda de baleia-jubarte

Uma baleia-jubarte (Megaptera novaeangliae) medindo cerca de 18 metros foi avistada na semana passada com cordas e boias de flutuação presas em seu corpo na região de Gippsland, na costa sudeste da Austrália. O macho, um adulto, não conseguia nadar direito porque os apetrechos de pesca estavam enroscados na cauda, e ele demonstrava um comportamento de estresse.

Para tentar evitar o pior, uma operação de emergência foi montada envolvendo equipes de vários órgãos ambientais do governo de Victoria. Na última sexta-feira (28/06), biólogos conseguiram colocar um equipamento que emitia sinais de GPS para a localização da baleia.

No dia seguinte, com a ajuda de imagens aéreas ao vivo e profissionais em pequenos barcos, foi possível remover parte do material. A quantidade de resíduos era impressionante: 200 metros de cordas e o peso total, somando as onze boias de flutuações, 800 kg.

PUBLICIDADE

Infelizmente, por motivo de segurança, as embarcações não puderam se aproximar demais da baleia, então nem tudo foi removido.

“Trabalhar em mar aberto, durante o inverno, com um dos maiores animais do mundo não é uma tarefa fácil, mas conseguimos realizar um excelente resultado”, afirmou Ellen Dwyer, controladora de incidentes do Departamento de Energia, Meio Ambiente e Ação Climática de Victoria.

A polícia australiana abriu uma investigação para tentar descobrir quem são os responsáveis pelo descarte do material no mar. A suspeita inicial é que alguma embarcação internacional tenha jogado tudo na água e a jubarte tenha se enroscado durante a sua trajetória de migração, vinda da Antártica. A espécie percorre até 10 mil km todos os anos de lá até chegar às águas mais quentes do norte da Austrália, onde descansam e se reproduzem.

Casos como esse são cada vez mais frequentes. Cordas e apetrechos descartados pela indústria pesqueira estão entre os principais responsáveis pela morte de baleias, assim como colisões com barcos.