Na última terça-feira, dia 20 de março, ocorreu a aula inaugural do mestrado em educação em ciências e saúde. O mestrado é fruto de parceria entre o Núcleo de Tecnologia Educacional para a Saúde (NUTES/ CCS/ UFRJ) e o NUPEM/UFRJ e pertence ao Programa de Pós-Graduação Educação em Ciências e Saúde do NUTES – órgão suplementar do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), criado em 1972. O evento marca mais uma etapa importante no desenvolvimento da cidade de Macaé e na sua transição de capital do petróleo para a capital do conhecimento.
O NUTES articula ações de formação de recursos humanos, pesquisa e desenvolvimento na área da Educação em Ciências e Saúde, com caráter interdisciplinar, desenvolvidas por uma equipe multiprofissional, que integra contribuições de diferentes campos de conhecimento dentre os quais destacam-se educação, comunicação, ciências naturais e da saúde e informática. O curso de mestrado acadêmico está voltado para a formação de pesquisadores duplamente comprometidos com a produção de conhecimento científico e com a melhoria da Educação em Ciências e da Educação em Saúde.
No NUPEM/UFRJ ocorrerão as aulas de Mestrado, que tem por objetivo a iniciação à pesquisa e o aprofundamento de estudos no campo da Educação em Ciências e Saúde. Além do desenvolvimento de um projeto de investigação, a proposta do curso se volta para a construção das bases de uma avaliação crítica da pesquisa neste campo e das suas incorporações a práticas educativas.
O evento teve início às 10h com a apresentação de professores, alunos e técnicos. Em suas falas, os organizadores deram as boas-vindas aos alunos ingressantes no mestrado, agradeceram a presença de todos e destacaram a necessidade de investimentos em educação, ciência e tecnologia, destacando a importância da parceira com o NUPEM/UFRJ para que o mestrado em Educação em Ciências e Saúde na cidade de Macaé pudesse se tornar uma realidade.
Além do corpo social da UFRJ, estiveram presentes autoridades locais, como o Secretário Municipal de Educação, Carlos Augusto Garcia Assis, e o Secretário Adjunto de Ensino Superior de Macaé e professor da UFRJ, Márcio Magini, que celebraram mais esta conquista para a cidade.
Em seguida, os mestrandos se reuniram com a Coordenação do Programa e com representantes discentes da sede. Na parte da tarde, o professor Francisco Esteves, vice-diretor do NUPEM/UFRJ, proferiu uma conferência sobre os 30 anos da Universidade Federal do Rio de Janeiro na cidade de Macaé, fornecendo informações sobre o seu histórico (gênese do campus UFRJ-Macaé, a história da cidade e sua influência no desenvolvimento regional, o processo de interiorização da UFRJ, a organização estrutural do campus e sua infraestrutura), sobre as políticas e projetos institucionais e a sobre a criação do Polo Universitário na cidade como referência para a produção local de conhecimento – e consequente constituição de Macaé enquanto cidade do conhecimento.
Para finalizar a programação, a professora Isabel Martins, titular do Laboratório de Linguagens e Mediações do NUTES/UFRJ, proferiu a aula inaugural sobre o Território da Educação em Ciências e Saúde, a partir de uma visão crítica das relações entre educação, ciências e saúde, buscando responder aos desafios postos pelo contexto social e educacional e de formação de professores das ciências e de profissionais de saúde. Martins destacou o caráter interdisciplinar do programa de mestrado, composto por um grupo multiprofissional, que busca gerar conhecimento aliado à transformação e justiça social.
“O curso vai muito além das disciplinas e da elaboração de uma dissertação. Fazer mestrado é viver a instituição, é estar presente no território, significar e ressignificar este território por meio do trabalho. Que projeto educacional e de sociedade é este que estamos desenhando? É um projeto que exige compromisso com conhecimento, com questões sociais, com a universidade, com a escola, com os espaços de saúde. É um projeto que vamos fazer em parceria e há uma expectativa de que este conhecimento impacte na realidade, na vida das pessoas – embora tenhamos que ser críticos sobre esta suposição. Precisamos politizar a educação em ciências e saúde, não no sentido partidário, mas pelo reconhecimento de que todo projeto pedagógico é político na medida que constrói horizontes para a sociedade e busca mudar as relações entre as pessoas e entre as pessoas e as instituições”
Fonte: Nupem/UFRJ