Nasce sétimo filhote de anta em reserva do Rio onde espécie ficou extinta por mais de um século

O flagrante foi rápido, mas o suficiente para ser muito comemorado pelas equipes dos projetos Refauna e Guapiaçu*. Esse é o sétimo filhote de anta nascido na Reserva Ecológica de Guapiaçu, no município de Cachoeiras de Macacu, no estado do Rio de Janeiro. A espécie ficou extinta ali durante mais de um século até que, em 2017, começou um programa de reintrodução (leia mais aqui).

O novo filhotinho foi registrado em um vídeo rápido pelo biólogo Manoel Muanis, que estava fazendo trabalho de campo, monitorando os mamíferos de Guapiaçu. Acredita-se que ele tenha pouco mais de um mês e a mãe é a anta Jasmim (assista à gravação ao final dessa reportagem).

“Ficamos muito felizes de saber do sétimo nascimento de filhote de anta. A Jasmim veio do zoológico de Guarulhos, se adaptou muito bem e está apresentando um ótimo sucesso reprodutivo. Esse é seu terceiro filhote desde que foi reintroduzida em 2020”, conta Joana Macedo, coordenadora do monitoramento de biodiversidade do Projeto Guapiaçu.

Nesses sete anos do projeto, já foram soltas 22 antas na reserva ecológica. Infelizmente oito delas morreram (resultado de atropelamento e conflito entre indivíduos), mas as demais 14 estão bem.

A anta (Tapirus terrestris) é o maior mamífero terrestre da América do Sul. Pode pesar entre 200 e 300 kg. Herbívora, ela é conhecida como jardineira da natureza pois, ao se alimentar dos frutos das árvores e arbustos, espalha as sementes pelo caminho.

No mundo todo, existem quatro espécies de antas conhecidas pela ciência: a anta-da-montanha (Andes), a anta-centro-americana (América Central), a anta-malaia (Indonésia), além da observada na América do Sul – todas ameaçadas de extinção, segundo a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza, (IUCN na sigla em inglês).

*O Refauna tem o apoio do Projeto Guapiaçu, realizado pelo Ação Socioambiental (ASA), com a parceria da Petrobras