As cotações do petróleo e do dólar disparando podem significar um refresco para três décadas de governança irresponsável que levaram prefeituras da região à beira da falência. Mas como continua se tratando de dinheiro fácil, os riscos permanecem à espreita. É preciso estar alerta para não repetir os erros de sempre.
Começando por afastar quaisquer manifestações de falsa euforia que costumam atrair os oportunistas, profissionais na arte de surrupiar dinheiro público em benefício próprio.
E questionar que modelo de crescimento econômico realmente trará benefícios reais para a maioria dos cidadãos, especialmente aqueles em situação de maior vulnerabilidade. O modelo que vigorou até agora não convenceu.
Pois, do contrário, o círculo que dessa vez poderia até ser virtuoso repetirá os velhos vícios, mantendo vantagens indecorosas com dinheiro público para estimular projetos que enriquecem meia dúzia de privilegiados, enquanto a periferia incha, o meio ambiente degrada, os custos dos serviços públicos explodem, as obras sem manutenção desabam, os bairros submergem nos temporais e o contribuinte, de novo, será”convocado” a pagar a conta
Já vimos e ainda estamos vendo esse filme. E a cena final nunca será agradável. No mínimo, algum tiroteio em alguma comunidade sitiada pela bandidagem. Na melhor das hipóteses, um escândalo revelado por mais uma fase da Lava-jato.
O nome disso não é progresso. É pouca vergonha mesmo!