Consulta pública para criação de novas unidades de conservação na Barra e em Jacarepaguá é marcada

Projeto criaria um Corredor Azul, com até quatro unidades de conservação

Regiões onde seriam as novas unidades de conservação na área de Barra e Jacarepaguá — Foto: Reprodução/Smac

No próximo dia 16 de agosto, uma audiência pública acontecerá para definir o rumo de novas Unidades de Conservação (UCs) na Baixada de Jacarepaguá. A Secretaria Municipal de Ambiente e Clima (Smac) avalia a criação de um Corredor Azul, como antecipado pelo GLOBO, que contaria com quatro UCs. Ele abrangeria Áreas de Relevante Interesse Ambiental (ARIAs), ou seja, áreas consideradas prioritárias para criação de UCs por precisarem ser protegidas do crescimento urbano desordenado e de ocupações irregulares.

Barra da Tijuca e Jacarepaguá são um desafio grande. Formam uma área em que a natureza ainda se faz muito presente, apesar de ser densamente ocupada, . A gestão ambiental dessa área, sem dúvida alguma, é um dos maiores desafios do Rio de Janeiro, com tanta diversidade agregada e desafios para o seu desenvolvimento — destaca Tainá de Paula, secretária titular da Smac, ao GLOBO, em julho.

A reunião acontecerá no auditório do Parque Natural Municipal de Marapendi (Av. Baltazar da Silveira 635, Recreio dos Bandeirantes), às 10h, com inscrições neste link. As regiões que podem ser contempladas fazem parte do sistema lagunar de Jacarepaguá, compreendendo as ARIAs das lagoas da Tijuca, do Camorim e de Jacarepaguá, e a área da vertente do Maciço da Tijuca drenante às lagoas. A região da Lagoa do Camorim já havia se tornado parque municipal este ano. Segundo a Smac, o limite das novas UCs poderá ser maior ou menor do que essas ARIAs.

Um grupo de trabalho formado pela secretaria já apresentou um estudo técnico em que aponta a viabilidade das unidades. Para além da implantação ou não das novas UCs, o relatório publicado pela equipe recomenda ações complementares que podem ser tomadas pelo poder público e pela sociedade civil desde já. Entre elas estão medidas como intensificação na fiscalização para controle de introdução de espécies exóticas, mapeamento das nascentes que formam os corpos d’água que deságuam nas lagoas e identificação de pontos de apoio à educação ambiental para elaboração de uma rede que integre instituições de ensino e pesquisa.

Área da Lagoa do Camorim que se tornou parte do Parque Municipal Natural Perilagunar da Lagoa do Camorim — Foto: Divulgação/Mario Moscatelli
Área da Lagoa do Camorim que se tornou parte do Parque Municipal Natural Perilagunar da Lagoa do Camorim — Foto: Divulgação/Mario Moscatelli

A quarta área a ser protegida abrange a Floresta do Quitite, onde moradores já pedem a criação de uma Unidade de Conservação há tempos. A região fica na subida da Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá. Esse movimento originou a campanha Floresta em Pé Jacarepaguá.

— Estamos muito felizes com mais esse passo! O projeto trabalha com o conceito de um Corredor Azul entre dois importantes parques (Tijuca e Pedra Branca), portanto, abrange várias UCs e uma delas é a que estamos reivindicando. Realizamos diversas ações de conscientização para as pessoas conhecerem a região, como passeios até a Pedra do Urubu e às cachoeiras. Esta área é muito utilizada para lazer; tem quedas d’água e poças, além de abrigar diversas espécies — destaca Karolina Dunai, ativista do Floresta em Pé e associada da Associação dos Moradores e Amigos da Freguesia (Amaf).

Moradores de Jacarepaguá fazem trilha na Floresta do Quitite — Foto: Divulgação
Moradores de Jacarepaguá fazem trilha na Floresta do Quitite — Foto: Divulgação

Segundo Tainá de Paula, com o resultado da consulta pública e o estudo finalizado, a criação destas unidades de conservação poderá ser feita via decreto do prefeito Eduardo Paes, sem precisar passar pela Câmara dos Vereadores.

— Acredito que este ano já conseguimos fechar tudo. E depois já vai para a publicação via decreto. Este projeto já vem sendo feito desde o ano passado — avaliou a secretaria no início do mês passado.