Martinho Santafé
Na audiência pública da Parceria Público-Privada (PPP) do Saneamento Básico, realizada nesta quinta -feira na Câmara Municipal, uma informação preocupante: as obras da BRK Ambiental para expandir a rede coletora de esgoto estão paradas porque a prefeitura deixou de cumprir com suas obrigações contratuais, interrompendo os pagamentos. A empresa entrou na Justiça para receber.
Ao mesmo tempo, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) revela uma aparente contradição, cuja lógica venho tentando explicar neste espaço com alguma insistência: a de que Macaé recebe muito, mas investe quase nada. O município detém a maior renda per capita do RJ, excluindo a Capital, arrecadando em 2016 R$ 8.600,00 por habitante. Tudo isso no auge da crise. Mas apenas R$ 94,49 por habitante foram transformados em investimentos. Aí, no ranking do TCE, Macaé aparece na 77ª posição entre os 92 municípios fluminenses, com apenas 1% de sua riqueza investida em melhorias na qualidade de vida de seus cidadãos.
Estamos pagando impostos para alimentar uma máquina governamental inchada, superdimensionada, cara e ineficiente.
A lógica da contradição está na diferença sobre o que é crescimento e o que é desenvolvimento. A pretensa “capital nacional do petróleo” sabe muito bem o que é o primeiro, nas ainda está longe de alcançar o segundo estágio. E enquanto isso, vamos pagando cada vez mais impostos, taxas etc. etc. em troca de muito pouco daquilo que o município poderia retribuir com tantos recursos que recebe.
Dinheiro é bom quando você sabe (e pode) o que fazer com ele. O resto é pura ilusão! O resto é o que Macaé se transformou!