A região Norte Fluminense, conhecida por sua rica biodiversidade e forte presença de comunidades tradicionais, enfrenta uma crise ambiental e social que será denunciada na COP 30, em Belém, pela sociedade civil organizada. Há décadas, os conflitos e impactos decorrentes da expansão do Império do petróleo e gás têm devastado ecossistemas, comprometido modos de vida e silenciado as vozes das populações locais.
Com um documento construído coletivamente, levaremos à comunidade internacional o relato de uma luta covarde e sem precedentes. Nossa pauta será clara: os megaprojetos de exploração de petróleo e gás têm promovido a degradação ambiental, o aumento das desigualdades sociais e a violação dos direitos das populações tradicionais e camponesas.
O descaso é evidente. Em um cenário onde não se sabe o que é público ou privado, com conselhos emparelhados e instituições que ignoram ou engavetam as demandas da sociedade civil, os espaços de participação popular foram esvaziados, gerando desesperança. As organizações sociais que ainda resistem enfrentam um sistema que favorece grandes corporações e negligencia as vozes daqueles que deveriam ser ouvidos.
A denúncia que apresentaremos na COP 30 inclui:
- Devastação ambiental: os ecossistemas costeiros e florestais vêm sendo destruídos, comprometendo a biodiversidade local e agravando as mudanças climáticas.
- Impacto nas comunidades: pescadores, agricultores familiares e povos tradicionais veem seus territórios ameaçados e seus modos de vida inviabilizados.
- Ausência de governança democrática: conselhos de participação popular não são respeitados, e a sociedade civil é relegada a um papel figurativo, sem influência nas decisões.
Nosso objetivo na COP 30 é dar visibilidade a essas questões e buscar apoio internacional para pressionar as autoridades brasileiras a repensarem o modelo de desenvolvimento imposto à região. A crise climática exige transições justas, e o Norte Fluminense é um exemplo claro de como o avanço de combustíveis fósseis é incompatível com um futuro sustentável.
Esta é uma luta por justiça ambiental e pela sobrevivência de um território que resiste, apesar dos abusos e da indiferença. Não seremos silenciados. Na COP 30, ecoaremos as vozes de quem luta para preservar a vida, a cultura e a dignidade no Norte Fluminense
Thièrs Wilberger / Professor, Biólogo, Botânico, Paleobotânico, Analista e Consultor Ambiental
