Projeto resgata e valoriza pesca artesanal em Maricá

Entre as iniciativas do programa estão a qualificação profissional dos pescadores, que terão acesso de oficinas de manutenção de motores, reparo de embarcações e segurança do trabalho

Projeto Arranque visa impulsionar a pesca artesanal na região

O Instituto Redemar Brasil inicia 2025 com o lançamento do Projeto Arranque, uma iniciativa que busca revitalizar a pesca artesanal no município de Maricá, localizado na região metropolitana do Rio de Janeiro. O projeto, realizado em parceria com o Ministério da Pesca e Aquicultura e com o apoio da Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria Municipal de Pesca, tem como objetivos resgatar a tradição da pesca artesanal, torná-la sustentável e melhorar a qualidade de vida dos pescadores locais.

As ações do projeto incluem oficinas práticas de manutenção de motores, reparo de embarcações, saúde e segurança no trabalho, além de radiocomunicação marítima. Essas atividades têm como objetivo qualificar os pescadores, estimular a geração de renda e aumentar a segurança no mar, contribuindo para a redução de perdas humanas em áreas costeiras.

Outro destaque do projeto é o mapeamento socioeconômico das comunidades pesqueiras no entorno da Lagoa de Maricá. O levantamento irá identificar as necessidades locais e elaborar estratégias para fortalecer o setor, com foco na criação de políticas públicas específicas.

“Neste primeiro momento, vamos focar nas comunidades de Zacarias, Araçatiba e Ponta Negra, apresentando o projeto às lideranças pesqueiras locais e ao público em geral. Também vamos envolver o poder público para garantir um trabalho sólido de resgate da cultura da pesca na Lagoa de Maricá”, explica André Cavalcanti, coordenador do projeto.

Desafios da pesca artesanal

Com cerca de 300 pescadores artesanais organizados em 12 núcleos, a pesca na Lagoa de Maricá enfrenta dificuldades crescentes, como altos custos de manutenção, falta de registro no Regime Geral da Pesca (RGP) e concorrência desleal com pescadores amadores. Outro desafio é o abandono gradual da atividade por parte das novas gerações, que buscam qualificação em outras áreas.

O Projeto Arranque pretende reverter esse cenário por meio de capacitação, integração com políticas públicas e ações que valorizem a pesca artesanal como uma atividade essencial para a economia, a cultura e a história da região.

Oficinas e certificação

Os cursos, que abrangem desde reparos técnicos até práticas sustentáveis, vão oferecer uma certificação do Instituto Redemar Brasil para os alunos que alcançarem uma frequência mínima de 75%. O público-alvo inclui pescadores de todas as regiões urbanas e distritos de Maricá, bem como seus familiares até o terceiro grau. O Projeto Arranque disponibilizará 90 vagas, distribuídas entre quatro oficinas, da seguinte forma: 20 vagas para a Oficina de Saúde, Meio Ambiente e Segurança; 20 vagas para a Oficina de Radiofonia Marítima; 30 vagas para o Curso de Manutenção de Motores de Embarcações para Pesca Artesanal; e 20 vagas para o Curso de Reparo de Embarcações para Pesca Artesanal. Todas as oficinas serão totalmente gratuitas, e as inscrições estarão disponíveis nas redes sociais do Instituto Redemar Brasil assim que forem iniciadas.

“Resgatar a dignidade do pescador artesanal é reconhecer o papel essencial que ele desempenha na economia e na cultura local. Investir em sua autonomia é garantir não apenas o seu sustento, mas também o equilíbrio das comunidades e do meio ambiente. Contamos com a participação de pescadores artesanais lagunares e da pesca costeira oceânica”, destaca Willian Freitas, presidente do Instituto Redemar Brasil.

Sobre o Instituto Redemar Brasil

A Redemar Brasil, fundada em 2016, é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos dedicada à conservação dos ecossistemas marinhos e costeiros no Brasil. Com sede em Salvador, atua nacionalmente por meio de projetos, parcerias e uma equipe qualificada. Suas atividades incluem monitoramento ambiental, campanhas de conscientização, pesquisa científica, formação de parcerias e capacitação de profissionais e voluntários na área de conservação.