O clima anda instável em todo o Brasil e já prevendo fortes chuvas no interior do Estado do Rio de Janeiro, Campos e São João da Barra e o Governo do Estado adotaram medidas para reduzir os estragos causados à sociedade. Enchentes e transtornos para as pessoas são problemáticas há tempos. O ambientalista Arthur Soffiati explicou que há 50 anos, era possível fazer previsões meteorológicas com segurança para a região Norte-Noroeste fluminense. Para quem acompanha a previsão do tempo, o Climatempo informa a chegada de uma frente fria neste final de semana de feriado prolongado com possibilidade de chuva, no Estado do Rio.
“A média anual de chuvas girava em torno de 1000 milímetros. Chovia entre outubro de um ano e março do seguinte. As estiagens ocorriam durante o inverno. Ocorriam enchentes e estiagens severas a cada dez anos. Mas as mudanças climáticas provocadas pela economia humana foram se acentuando nesses 50 anos no mundo todo. Não contamos mais com as extensas florestas que cobriam o Noroeste fluminense nem com as grandes lagoas que existiam no Norte Fluminense”, frisou o ambientalista.
O ano de 2024, ainda segundo Arthur, está sendo o mais quente em todo o mundo desde que os registros começaram a ser feitos. A região vem enfrentando secas mais intensas com as mudanças climáticas. Podem ocorrer também chuvas mais intensas no verão que se aproxima. Quando elas acontecem, as cidades do Noroeste sofrem transbordamentos e deslizamentos que destroem casas e matam pessoas. No Norte fluminense, Três Vendas e Ururaí, em Campos, são vulneráveis por se erguerem às margens dos rios Muriaé e Ururaí em partes baixas. Em Campos, as ruas se alagam e as antigas lagoas, hoje pavimentadas, voltam a encher em vários pontos da cidade, causando prejuízos e dificultando o trânsito.
“Os governos municipais nada fazem para adaptar as cidades à nova realidade climática. Nos momentos críticos, a providência é sempre emergencial e fica por conta da defesa civil. As pessoas atingidas são retiradas de suas casas e colocadas em abrigos provisórios. A população não atingida exerce a caridade pública. Os fenômenos continuam sendo atribuídos à vontade divina”, disse o ambientalista.
Segundo ele, na campanha eleitoral de 2024, nenhum candidato abordou a questão das mudanças climáticas como ela merece. Questões mais imediatas ganharam destaque, como sempre. Para Soffiati, vivemos em cidades despreparadas para as novas condições climáticas, como São Paulo e Porto Alegre.
Ações – O poder público de Campos tem um instrumento muito importante que é o Centro de Monitoramento que permite saber com antecedência as mudanças meteorológicas. A Secretaria Municipal de Defesa Civil realiza reuniões com o Grupo de Ações Coordenadas (GRAC), para falar sobre Desastres Naturais, Gabinete de Crise, Situação de Emergência e a importância da prestação de contas nestes casos, já que, a partir delas, verbas estaduais e federais são destinadas ao município.
Em São João da Barra, foram intensificados a limpeza e desobstrução dos canais, galerias pluviais e bueiros para escoamento adequado das águas pluviais, evitando alagamentos e priorizando áreas críticas e em regiões historicamente afetadas pelas fortes chuvas, além das melhorias nos diques.
O Governo do Estado do Rio mantém um comitê de chuvas, que age 24h por dia monitorando, agindo e garantindo resposta imediata dos órgãos envolvidos aos moradores de áreas afetadas por efeitos climáticos.
No que diz respeito à agenda climática em todo o Rio de Janeiro, a Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) vem desenvolvendo uma série de ações como: o Plano Estadual de Adaptação às Mudanças Climáticas, o Rio Inclusivo e Sustentável, a Aliança pelos Manguezais e Florestas do Amanhã. (R.K)