Campo Grande (MS) – Desde o início de janeiro de 2024, as Guarnições de Combate aos Incêndios Florestais (GCIFs) estão intensamente engajadas na Operação Pantanal 2024, que já contabiliza 191 dias de ações ininterruptas. Desde junho a operação está na terceira fase, a Fase Resposta, focando no combate direto aos focos de incêndio. Com previsão de continuidade até dezembro, as GCIFs, formadas por especialistas e técnicos de diversas áreas, atuam com precisão e eficiência em terra, água e ar, visando a redução dos focos, a mitigação do alastramento do fogo e o controle das áreas de risco.
Capitão Frotté, vídeo: Cabo Felipe
A cada 15 dias, as guarnições são trocadas, permitindo que cerca de 120 militares sejam substituídos para garantir descanso e retorno às suas atividades familiares, dado que o empenho durante os ciclos é integral.
Durante o combate, os bombeiros se deslocam para as áreas afetadas, realizando extinção e rescaldo, tarefas que podem se prolongar por horas ou até dias. Essa atividade requer preparação física, psicológica e mental.
Para monitorar a saúde e qualidade de vida dos militares, o CBMMS realiza semestralmente o Teste de Aptidão Física (TAF), promovendo atividades que estimulam o trabalho em equipe e a socialização.
Por isso, é importante que os bombeiros militares mantenham um bom condicionamento físico, pois a atuação no combate a incêndios ocorre a qualquer hora do dia. Neste vídeo, as guarnições do CBMMS, com o apoio da Força Nacional e dos brigadistas do PrevFogo, enfrentam uma operação noturna na região do Paiaguás, onde precisam percorrer 6 quilômetros em 3 horas para alcançar o foco do fogo.
Os bombeiros militares atuam não apenas por via terrestre, mas também por via aérea. Acompanhe a seguir como o planejamento, a organização e a estratégia das equipes aéreas estão fazendo a diferença no combate aos incêndios.
Soldado Mendes, vídeo: Cabo Felipe
Embora a operação tenha o nome de “Operação Pantanal”, seu alcance se estende por todo o estado de Mato Grosso do Sul, englobando também os biomas Cerrado e Mata Atlântica. A coordenação é realizada pelo CBMMS, com apoio de outros órgãos de segurança e militares de diversos estados. Dentro da operação, os bombeiros são distribuídos em funções diversas, além do combate direto, como logística e relações públicas, conforme suas formações.
Na Sala de Situações do Sistema de Comando de Incidentes (SCI), uma equipe monitora áreas específicas do Pantanal, utilizando georreferenciamento, imagens e informações captados por drones e satélites para garantir um acompanhamento constante. Sendo que durante a semana, entre os dias 03 de outubro e 09 de outubro, ficaram em destaque os seguintes combates:
- Região de Paiaguás, em Corumbá;
- Regiões de Maracangalha e Ilha do Pescador, em Corumbá;
- Região de Cipolândia, em Aquidauana;
- Regiões de serras, em Rio Verde do Mato Grosso;
- Região de Costa Rica;
- Região de Campo Grande
Sala de Situação
Enquanto que as áreas de monitoramento pelo SCI por drones e satélites correspondem a Corumbá, sendo Paiaguás, Nabileque, Paraguai Mirim, Coimbra, Serra do Amolar, Albuquerque; Rio Negro, Parque Estadual do Patanal do Rio Negro, Costa Rica, Aparecida do Taboado, São Gabriel do Oeste (Areado), Dourados, Coxim, Inocência, Paranaíba, Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema, em Naviraí, Miranda, Porto Murtinho, Nioaque e Aquidauana.
Acompanhe o mapa abaixo das guarnições ativas na Operação Pantanal 2024:
Atualmente, a operação conta com um efetivo de 136 militares do CBMMS, com 89 atuando em campo e 47 no SCI. O apoio aéreo é uma parte significativa da operação, com quatro aeronaves, incluindo um Pantera e um Cougar do Exército Brasileiro, um helicóptero da Marinha do Brasil e um AirTractor do CBMMS. Até o momento, mais de 1.947 pessoas foram mobilizadas nas ações de combate.
Os militares que ingressam no ciclo da Temporada de Incêndios Florestais (TIF) devem estar preparados com itens essenciais, incluindo fardamento adequado, equipamentos de proteção individual (EPIs), cantil, alimentos não perecíveis, kit de primeiros socorros e materiais de comunicação. Em campo, os GCIFs contam com uma série de equipamentos básicos, como veículos de combate a incêndios, ferramentas manuais, sopradores, abafadores, mochilas costais, sistemas de monitoramento e kits de primeiros socorros.
Os bombeiros militares, sempre atentos à sua equipagem e ao uso correto dos EPIs, também levam mantimentos para vários dias, incluindo alimentos não perecíveis, kits de primeiros socorros e materiais de comunicação. Essa preparação não garante a segurança como a eficácia nas missões em um ambiente tão desafiador como o Pantanal.
Esses pontos de apoio são equipados com ferramentas de combate e tecnologias, como drones, que aprimoram a supervisão e a resposta a emergências. Sendo assim, as bases avançadas desempenham o papel de pontos de apoio, de suporte, de descanso e de deslocamento. Bem como, elas possuem o suporte necessário, incluindo veículos de combate a incêndios e ferramentas manuais, para garantir a segurança e eficiência nas operações.
Diante da situação emergencial ambiental enfrentada pelas guarnições de combate a incêndios florestais do CBMMS, ressalta-se a importância da colaboração da população na proteção do bioma sul-mato-grossense. A prevenção de incêndios começa com atitudes simples, como evitar atear fogo para queimar lixo. Visto que a situação climática atual é alarmante e propicia ao surgimento e propagação ao fogo devido as temperaturas alcançarem na região do Pantanal os 44°C e os ventos com rajadas variando entre 25 e 40 km/h.
Esses fatores, aliados à umidade relativa do ar, que na região norte se mantém em apenas 20%, não apenas favorecem o surgimento de incêndios, mas também sua rápida propagação. A conscientização e o engajamento da população são fundamentais para mitigar os riscos e proteger nosso precioso ecossistema.
Nesse contexto, é essencial que cada cidadão faça sua parte para evitar incêndios. Aqui estão quatro orientações práticas:
- Evitar queimar lixo e vegetação: Essas práticas são uma das principais causas de incêndios florestais. Optar por métodos de descarte seguro é fundamental.
- Não descartar fósforos ou bitucas de cigarro em áreas florestais: Pequenos atos podem ter consequências devastadoras. É crucial manter o cuidado e a responsabilidade.
- Manter áreas ao redor das propriedades limpas: Reduzir a vegetação seca e restos de materiais inflamáveis ajuda a criar barreiras naturais contra incêndios.
- Reportar focos de incêndio: Ao avistar fumaça ou fogo em áreas de vegetação, é importante comunicar imediatamente os órgãos competentes, como o CBMMS pelo 193.
Não só as ações integradas e coordenadas das guarnições de combate são importante como a conscientização da populaçãopara proteger o Pantanal e garantir a preservação desse ecossistema tão rico. Juntos, podemos minimizar os riscos e contribuir para a segurança ambiental de nossa região.