Parque Ecológico Mico-Leão-Dourado (RJ) agora é unidade de conservação

Área da Associação Mico-Leão-Dourado foi transformada em reserva particular do patrimônio natural (RPPN).

Luis Paulo Ferraz (AMLD), com certificado de reconhecimento da nova RPPN, ao lado do presidente do ICMBio, Mauro Pires - Foto: ICMBio

O Parque Ecológico Mico-leão-dourado, localizado em Silva Jardim (RJ), foi oficialmente reconhecido como uma reserva particular do patrimônio natural (RPPN) pelo ICMBio em 20 de setembro. A iniciativa garante a proteção permanente da propriedade, que não pode deixar de ser uma unidade de conservação, e marca um importante passo na defesa do hábitat do primata.

A propriedade pertence à Associação Mico-Leão- Dourado (AMLD), que permanece com a responsabilidade de gerir a área. A ONG trabalha pela conservação do mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia) há mais de 30 anos. A portaria de criação foi assinada em Brasília pelo presidente do ICMBio, Mauro Pires, junto ao secretário executivo da AMLD, Luis Paulo Ferraz, que recebeu o certificado de reconhecimento.

A nova RPPN, além de garantir o status unidade de conservação perpétuo para os 151 hectares de mata atlântica do parque, contribui para a conectividade florestal com a Reserva Biológica de Poço das Antas, através de um viaduto vegetado inaugurado em 2020. O corredor ecológico é considerado vital para a sobrevivência do mico no longo prazo.

O mico-leão-dourado 

O mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia) é um pequeno primata endêmico da Mata Atlântica fluminense, ou seja, ele só pode ser encontrado nesse trecho do estado do rio de Janeiro.

O pequeno primata possui pelagem exuberante de cor dourada a alaranjada, que lhe dá o nome popular. A juba ao redor da cabeça lembra a de um leão e sua cauda é comprida, podendo chegar a 35 centímetros. O animal se alimenta de frutas, néctar, insetos e pequenos vertebrados.

O mico-leão-dourado está listado como espécie “em perigo” de extinção (tanto pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima quanto pela União Internacional para a Conservação da Natureza) devido a destruição de seu hábitat e ao tráfico de fauna. Na década de 1960, estimativas indicavam a existência de somente 200 micos-leões-dourados vivendo livres na natureza. Atualmente, após muito trabalho envolvendo diversas entidades e o poder público, a população dos micos-leões-dourados é de cerca de 4.800 animais.

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Maior desafio para conservação da espécie hoje é a falta de hábitat – Foto: Juliana Deeke/Beware Collective

O que é uma RPPN?

As reservas particulares do patrimônio natural foram criadas em 1990 pela lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc) com o objetivo de promover a proteção de áreas com natureza em bom estado por meio da iniciativa voluntária de proprietários de terras.

A transformação de uma área em RPPN é vitalícia – o título é para sempre. Não há perda de direito de propriedade, com a área podendo ser, inclusive, vendida.