As mudanças climáticas no Norte/Noroeste Fluminense

Por Arthur Soffiati

Incêndio na zona serrana da região

O planeta todo está sofrendo com drásticas mudanças climáticas. Não apenas o Brasil. Para entender as enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul em maio deste ano e o fogo que devasta 60% do Brasil atualmente, inclusive o norte-noroeste fluminense, é preciso levar em conta o aquecimento global produzido pela economia dominante com emissões de gases derivados da queima de petróleo, gás natural e carvão mineral, além de desmatamento de grandes áreas florestais. Esse aquecimento reduz a vazão dos rios, como no caso da Amazônia, resseca o solo e as plantas, reduz a umidade relativa do ar e cria ambiente propício para incêndios. Os ventos ajudam a propagar o fogo. O ambiente se torna mais seco ainda, com a fuligem avançando pelas cidades, com o empobrecimento da flora e da fauna e com prejuízos à economia rural. Mas é preciso olhar para além das fronteiras do Brasil. Vários países da América do Sul enfrentam incêndios. O sul dos Estados Unidos está em chamas. Portugal pega fogo. 

O aquecimento global não provoca apenas secura e fogo, mas também chuvas torrenciais por causa da grande evaporação dos oceanos e por massas de ar frio. Assim, choveu muito no Rio Grande do Sul e chuvas destruidoras caem na Europa Central e na África. O leste asiático este sendo varrido por tufões arrasadores. Morrem muitas pessoas. A economia sofre prejuízos geralmente pagos pelo consumidor. A natureza se empobrece progressivamente. O norte-noroeste do Rio de Janeiro não está fora do mundo. Ele contribuiu para as mudanças climáticas com a destruição de vastas florestas e com a drenagem de muitas lagoas. Agora, sofre as consequências dessas mudanças. 

No passado, os rios que drenam o norte-noroeste fluminense (Paraíba do Sul, Pomba, Muriaé, Macaé e Itabapoana) apresentavam regularidade em suas cheias e estiagens. Hoje, com as margens desmatadas e os leitos assoreados, eles transbordam com chuvas torrenciais ou quase secam com as estiagens severas. Atravessamos já algumas muito fortes, como em 1998 e 2015. Passaram-se meses sem nenhuma chuva. Por outro lado, há anos em que as chuvas de verão são destruidoras, como as de 2008/2009. Por outro lado, as estiagens ressecam o ar e afetam sua qualidade, sobretudo com a fuligem de queimada de cana. Não apenas as casas ficam sujas, como também a saúde das pessoas.

E os candidatos nada falam sobre o aquecimento global e sobre a necessidade de se criar uma autoridade climática municipal e regional.