Brasil realiza concessão inédita de florestas para restauração

Áreas serão repassadas para a iniciativa privada reflorestar para receber créditos de carbono em troca

O Brasil iniciará um novo modelo de financiamento para a restauração de florestas desmatadas, segundo informações do portal Deutsche Welle Brasil. O Governo Federal está preparando a concessão de áreas na Floresta Nacional (Flona) do Bom Futuro, em Rondônia, para a iniciativa privada. Em troca, as empresas serão remuneradas pela venda de créditos de carbono pelo plantio das árvores.

A concessão está prevista para iniciar em 2025 e deve contemplar 98 mil hectares de área, sendo 14 mil desmatados e que precisam de restauro. O restante deverá ser preservado. A iniciativa é parte de um esforço do Brasil para combater as mudanças climáticas e que será apresentada na a COP30, que ocorrerá em Belém, no mesmo ano.

As empresas interessadas na concessão serão selecionadas com base em alguns critérios estabelecidos pelo Governo Federal. Com base no percentual de receita repassado ao Estado e na execução de atividades de preservação da floresta, fora a ajuda no desenvolvimento de comunidades locais. A concessão terá um prazo de 40 anos.

Segundo o diretor de concessões do Serviço Florestal Brasileiro, Renato Rosenberg, em entrevista para o Deutsche Welle Brasil, comentou sobre os planos da iniciativa. Ele aponta que a ideia não é arrecadar recursos, mas apenas restaurar a floresta. “Queremos que o recurso seja utilizado na restauração e em encargos ambientais e sociais”, afirmou.

O governo estima que a restauração na Rondônia custe R$ 600 milhões, enquanto a receita potencial pode alcançar R$ 1,2 bilhão, através da venda de créditos de carbono e do uso sustentável de produtos da floresta. Um estudo técnico prevê que a restauração da floresta gerará cerca de 6 milhões de toneladas de carbono, convertidas em créditos.

Cinco empresas já demonstraram interesse no projeto, incluindo a Biomas, a Mercuria e a Re.green. Caso o projeto seja um sucesso, o Governo Federal já considera aplicar o mesmo modelo a outras oito florestas nacionais no Amazonas e no Pará, com 418 mil hectares no total.