O aquecimento global tem causado impactos significativos no meio ambiente globalmente, e o Brasil não é exceção. Fenômenos climáticos incomuns, chuvas intensas e calor extremo estão se tornando cada vez mais frequentes. O recente exemplo do Rio Grande do Sul, que enfrentou uma tempestade severa devido a uma frente fria estacionária, ilustra bem essa realidade. No final do mês passado, um sistema de alta pressão no Centro-Oeste impediu que a chuva se deslocasse para outras regiões, e a combinação de ar quente e úmido do Norte intensificou a frente fria no Sul, resultando em mais de 500 milímetros de chuva na região.
No Rio de Janeiro, os riscos são igualmente alarmantes, exacerbados pelo crescimento urbano desordenado, desmatamento e destruição das Áreas de Proteção Ambiental (APAs). O aterramento do mar também representa uma ameaça significativa, potencialmente provocando um caos ambiental comparável ou até pior ao vivido no Sul do Brasil.
O São Gonçalo RJ conversou com Sérgio Ricardo, ambientalista e coordenador do Movimento Baía Viva, sobre os riscos ambientais iminentes no Rio de Janeiro devido ao aquecimento global e à má gestão governamental e populacional do meio ambiente.
Sérgio Ricardo destacou a situação crítica da Baía de Guanabara, uma das áreas mais afetadas do estado. “A principal causa da vulnerabilidade é o aterramento de 80 quilômetros quadrados, um terço do espelho d’água, para a construção de indústrias, portos e aeroportos. Brejos, manguezais e outras áreas úmidas que absorviam as chuvas foram eliminados. Os rios agora têm uma calha menor e a água não tem para onde desaguar. Quando chove no Rio de Janeiro, a Zona Norte, Zona Oeste e a Região Metropolitana ficam alagadas,” explicou.
Além da falta de saneamento básico e do tratamento inadequado das águas, o crescimento desordenado próximo ao mar agrava os problemas. Niterói, por exemplo, enfrenta sérios desafios devido ao rápido crescimento populacional e à construção de prédios próximos ao mar, um tema frequentemente discutido na Câmara Municipal.
“O compromisso dos governos com a alteração da rota de desenvolvimento é insuficiente. Estamos diante de um desenvolvimento econômico insustentável, e nem os governos nem as empresas parecem dispostos a mudar os padrões de produção e consumo. Temos visto o agravamento deste problema,” alertou Sérgio Ricardo.
O Rio de Janeiro precisa urgentemente de políticas mais eficazes e de uma maior conscientização para mitigar os impactos das mudanças climáticas e proteger suas áreas urbanas e naturais. Caso contrário, o estado que já sofre anos após anos, poderá