‘Águas de Guanabara’ conta com 44 pescadores do município
Uma tonelada e meia de resíduos sólidos por dia. Essa é a quantidade média de lixo retirado dos rios em São Gonçalo nas ações do ‘Projeto Águas da Guanabara’, realizadas três vezes por semana. O projeto conta com 44 pescadores, além de bolsistas com nível superior, e é financiado e desenvolvido pela Federação de Pescadores do Estado do Rio de Janeiro. No município, o projeto tem também o apoio da Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura de São Gonçalo, além das secretarias municipais de Conservação, de Educação e de Saúde, dentre outras. Nesta segunda-feira (11), uma das ações de limpeza e retirada de lixo foi feita na Praia das Pedrinhas.
O objetivo do projeto é a recuperação do meio ambiente através da remoção de resíduos. “Retiramos os resíduos sólidos para que ocorra a recuperação ambiental das águas. O projeto existe desde 2021 e atua em São Gonçalo desde 2022. Ao todo, temos 44 pescadores e pescadoras de uma colônia localizada no Gradim. Eles recebem uma remuneração para atuarem no projeto. Essas 44 pessoas, no entanto, não se tornam catadoras. Todos continuam sendo pescadores nos momentos em que não estão no projeto, mas quando estão aqui ajudam nessa limpeza do meio ambiente, retirando os resíduos que são descartados de forma irregular dos rios que desaguam na Baía de Guanabara”, contou Glauce Batista, atual coordenadora de educação ambiental do projeto.
Esses resíduos, além de causarem a degradação do meio ambiente, também prejudicam a fauna e a flora do ambiente e a atividade pesqueira. A Secretaria de Conservação da Prefeitura de São Gonçalo auxilia no descarte correto dos resíduos que são recolhidos das águas. A Secretaria de Saúde realiza a ‘Operação Saúde’, fornecendo testes gratuitos de doenças como hepatite, sífilis e outros para os pescadores que estão no projeto, suas famílias e vizinhos. Caso algum deles tenha uma doença, recebe encaminhamento para uma unidade de saúde municipal, onde é submetido a tratamento totalmente gratuito.
Também são feitas palestras e amostras dos resíduos recolhidos nas águas em escolas municipais, buscando conscientizar as crianças sobre a questão da preservação do meio ambiente. Essa ação ocorre em conjunto com as Secretarias de Meio Ambiente e de Educação, que fornece ônibus para que as crianças também realizem passeios até o local onde são retirados os resíduos. A Federação de Pescadores do Estado do Rio de Janeiro tem um acordo de cooperação técnica assinado com a Prefeitura de São Gonçalo. Além disso, o projeto é apoiado pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento do Rio de Janeiro.
Edenildo Marins, de 62 anos, é um dos pescadores que participa do projeto e conta como sua vida melhorou com as ações do grupo. “O projeto melhorou tudo para os pescadores. Catamos lixo três vezes por semana e conseguimos retirar os resíduos das águas. O lixo, além de afastar os animais daqui, prejudica as hélices dos barcos. Com o projeto, tudo melhorou. Além disso, foi graças à Operação Saúde que eu descobri que tenho diabetes e pressão alta. Depois disso, fui encaminhado e faço tratamento de forma gratuita”, disse ele, que é pescador há mais de 50 anos.
Rubens da Fonseca Vianna, um dos pescadores que também está envolvido no projeto, contou que soube que estava com hepatite com o auxílio do projeto. “Fizemos o exame com a Operação Saúde e foi ai que descobri que estava com hepatite. Fui encaminhado para o atendimento médico e, depois de seis meses, descobri que estava também com cirrose hepática. Isso logo no início do projeto. Fiz meu tratamento todo de forma gratuita. Além disso, eu participo do projeto e acabei trazendo minha família também. O projeto é ótimo, nos ajuda financeiramente, ajuda a fauna e a flora daqui e auxilia na nossa pesca, já que deixa a água mais limpa”, afirmou ele.
Além da limpeza da Praia das Pedrinhas, o Projeto Águas da Guanabara também realiza a retirada de resíduos dos rios Imboaçu, Marimbondo, da Ilha do Pontal e outros. O projeto Águas da Guanabara desenvolve atividades ainda em Magé e Itaboraí.
Autor: Ascom
Foto: Fabio Guimarães